OD LO AHAVIT DAI
Mesmo se D. Maria da Saúde estivesse internada no 821-A
Mesmo se D. Marileide foi roída pelos gabirus da vila
Mas se Carol Waltilho fosse uma mulher e se Elindo Jonhoso
Um ator global esquecido na impiedoso consciência pública
Suplicasse um pedaço de terra na roda viva da nossa TV
Eu não sairia daqui de perto de você
Você que sempre colheu rosas vermelhas nas minhas lágrimas
De cão sem dono
Você emaranhando as correntezas do impossível me deixando
com medo de Deus temendo o abandono
abocanhou minha dúvida
me despachou para o agora que se segura na ponta dos dedos
na vontade tremenda de cair
embolando-se na sua rede de incertezas
Chama-se chão o apelido da sua boa vontade
Nasce riqueza no solo firme
Fecunda saudade
Sai de mim um não
Puro negador do rio aqui da cidade
Ousemos uma vida de rimas
Verso teu, verso meu
Em cima do barco lento que atravessa tempestade
E alinha seu norte rumo ao entardecer
ESCURECEU
Ousemos tudo o que não temos
Um domingo inteiro de mãos dadas
Uma sexta-feira leza
Descortinada
A gente escondido lá atrás
Uma pane no espaço aéreo
Ninguém chega, ninguém sai
Um alô sem sacrifícios extremos
Um 'chego já' sem esperas
Olhos flutuantes horizonte
Dia-a-dia do amor demais
Ah, ah, ah
Od lo ahavit dai
Alvredo de Oliveiro Neto
Marcadores: literatura
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