Recicle a vida : "ponha a mão na enfermidade!"

Acontece uma vez por ano mas é o suficiente pra renovarmor nossas estimas, nosso amor fraterno, nossa aliança de vida, e até algumas de nossas mazelas! Quem já sentiu sabe!

[garanhus reveilon 08/09]

para além dos umbigos

Nesse balanço de fim-de-ano me toca profundamente, mais uma vez, o balanço da viola de Xangai. É preciso pensarmos para além de nossos umbigos e aprendermos a respeitar cada ser, em todos os nossos atos!
Reverencio as plantas e través delas todos os seres, a pacha mama e o cosmos: Namastê!

MATANÇA

Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde de menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona, porta, armário
Mora no dicionário vida eterna milenar

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra a o ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar é

Caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro e
-alves, paraíba, itaúba
Louro, ipê, paracaúba
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá
Pau-fero, anjico amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá

( composição: Jatobá-intérprete: Xangai )